“Quando voei de Asa Delta, pela primeira vez, descobri porque cantam os passarinhos” disse-me Miguel, o simpático taxista que comigo passeou. Eu descobri que é possível voar voando! A sério!
Renascia e, por isso, haveria de agradecer, mais tarde.
Era uma segunda de manhã cedo, o Voo de Asa Delta estava marcado há uns dias. A Mariana mandou um WhatsApp a dizer que a previsão meteorológica tinha errado. Não seria possível voar. A nossa hora, as onze, tinha de ser adiada. As nuvens estavam cerradas e muito baixas em São Conrado, praia onde pousaríamos, por isso adiámos para mais tarde. Mas o que tem de ser é!
Ia voar voando sobre o Rio de Janeiro
O Miguel apanhou-me na Riachuelo, no Hotel Vila Galé, seguimos para a Avenida Atlântica e daí fizemos toda a orla passando por Copacabana, Arpoador, Ipanema, Leblon, Favela do Vidigal, Niemeyer e São Conrado a conversar sobre essa vontade de voar. Voar como os pássaros. Voar para ser livre! Voar!
Quando chegamos a São Conrado, deixamos o Miguel, e seguimos com Renato Janssens, o meu instrutor de Asa Delta. E assim, de mini Jeep subimos toda a estrada pela Floresta da Tijuca que nos levaria à Pedra Bonita. O nosso ponto de partida!
Assim que chegamos vários ajudantes montavam o Asa Delta e o Renato ia dando-me instruções, nomeadamente de correr, algo que não faço, eu não corro.
Não tinha alternativa. Eu não corro. Mas corri. Tive que correr.
Vesti o colete, apertei os cintos, engatei os ganchos e respirei fundo. Entreguei a minha vida aos céus e a Renato que era quem me levava.
– Pronta Maria? Agora não dá mais para voltar atrás!
Eu nunca voltaria atrás. Era agora. E eu corri. E o Renato correu. E nós voamos.
Voar voando o Rio de Janeiro foi … INCRÍVEL!
Não tenho palavras para a sensação de voar sobre o Rio de Janeiro. Resta-me agradecer, agradecer, agradecer pela vida que me foi dada, pelo que escolhi fazer dela e, por este, renascimento.
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