Entre a partida do Porto e a chegada ao Rio de Janeiro passaram-se catorze horas, dez das quais no ar, a voar! Confesso que é um sacrifício … ao qual me submeto sem pestanejar! Afinal de contas quem voa por gosto não se cansa! TAP | Dez horas a Voar do Porto ao Rio de Janeiro!
Nunca tinha voado para o Rio e, da última vez que cheguei ao Brasil, lembro-me, que não chegaram as dez horas, mas nove dias por mar para pisar terra firme!
Peripécias de Dez horas a Voar do Porto ao Rio de Janeiro na TAP
Embarquei sozinha no Porto despachando a já habitual grande e pesada mala (um dia eu consigo me desapegar … mas esse dia ainda não chegou). Num instantinho aterrei em Lisboa para encontrar a minha amiga Joana. De imediato, quando nos vimos e nos abraçamos, nem queríamos acreditar!
Pelas onze da noite, iniciávamos o embarque, com os lugares previamente escolhidos e marcados, 34B e 36B, que garantiam duas cadeiras que seriam o nosso pouso e repouso … eu, antes de partir,como um ritual, antecipo o bem estar.
A roupa que uso em voos tão longos assemelha-se a um pijama (sim, pijama de dormir!). E, inevitavelmente, aqui foi igual!
Para começar, vesti umas calças largas e cómodas e uma sweater quente. Como sabem, a bordo e durante tantas horas arrefece bastante. E assim é, principalmente quando adormecemos.
Depois livrei-me das sapatilhas. Claro, calçando umas meias de algodão confortáveis e aquecendo os pés. De seguida, peguei numa revista e fingi que a li até a encostar, para sempre esquecida. Embora tenha ido e regressado comigo. A verdade, é que nunca me livro dos trastes.
Por fim, e uma hora depois de levantar voo,jantamos o menu oferecido. Precavida, eu, antecipadamente, na hora de marcar o voo, decidi-me pelo menu muçulmano e adorei! Como de costume, ainda vimos filmes recentemente estreados nas salas de cinema. E, claro, adormecemos todas tortas.
Adormecemos apoiadas numa minúscula almofada e enroscadas numa manta polar vermelha. E, no meio do sono e cansaço, num abrir de olhos atordoado, reflectimos sobre as nossas decisões e sonhamos com a areia dourada de Ipanema.
Pois, seja como for, acreditem que dez horas dentro de um avião em classe turística permitem isso tudo e mais alguma coisa. E, não esquecendo, ainda algum tédio e má posição, pois não.
Mas, ainda assim, consegui ver um sorriso velado estampado no rosto de cada passageiro, que como nós, acordavam remelados. Enquanto as luzes se acendiam e as cortinas se levantavam, sendo possível ver o mar que, sob as nuvens de onde saíamos, nos anunciava o Brasil.
A aterragem anunciada fez-se serena e de forma muito profissional. A equipa de comissários foi muito educada, atenciosa e elegante, sempre disponível à mínima chamada.
Eu, em particular, quando fechada em ambientes de ar condicionado severo (como era o caso) desidrato facilmente. Tudo me acontece: dores de cabeça, enjoos, pele e lábios ressequidos. O problema fica antecipadamente resolvido bebendo água frequentemente. Após o segundo pedido idêntico, já o copo de água mineral natural surgia, como que a adivinhar a luz de chamada.
É agradável viajar assim! TAP | DEZ HORAS A VOAR DO PORTO AO RIO DE JANEIRO
Desembarcamos. Passamos pelo serviço de fronteiras para carimbar o passaporte. Depois, foi a hora de receber o documento de entrada e saída, mais tarde, no país. E, por fim, dirigimos-nos à recolha da bagagem que foi, como sempre foi comigo, tranquila e relativamente rápida.
Era hora de “pegar um amarelinho” porque Uber no aeroporto não chega nem perto (onde é que eu já vi isto?) … oitenta reais, não, é caro … sessenta e está fechado!
O calor húmido e agradável começa a acariciar a pele e só me ocorre dizer
Bem Vinda ao Rio de Janeiro!
Peço sempre para desligar o ar e abrir as janelas do carro e sigo deslumbrada, contando aqueles quase vinte quilómetros que me separam da verdadeira Cidade Maravilhosa!
E aqui a partir deste ponto, eu encarno a carioca!
Para não mais voltar a falar o português de Portugal e convenço-me que o meu sotaque engana o malandro … mas não engana não … sou portuguesa da terrinha e todos o sabem e percebem! Mas eu continuo a minha ilusão!
Helena
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