Sobre escolhas.
Escolher é optar sabendo das prováveis consequências de deixar para trás algo que se preteriu. Não escolher é não ser nada. É deixar que os outros escolham por nós.
Eu prefiro sempre escolher. Por vezes não me agrada. Sei até que nem sempre estou certa.
Mas as escolhas impõe-se.
Tenho intrínseca em mim a necessidade de participar na minha vida. E é preciso andar para à frente com ela. Por isso fazer escolhas!
Há quem me pergunte o que busco? Se dou conta do recado? Porque complico? Porque não reduzo tudo ao que simplesmente é? Porquê o blogue? Porquê o sonho? E quem fica? E depois? Eu respondo … porque sou assim, gosto de desafios, sou de excessos, tenho metas a cumprir.
Gosto de expectativas. Gosto de ser história para contar. Gosto de ir mais longe. Gosto de mim, preciso de me recriar.
Estou a envelhecer. Estou chata de morrer, não me sou suficiente. Quero ser exemplo para os meus filhos. Sinto-me capaz de tudo. Não desisto, agora tenho uma vida a nascer. E, se estas não forem as respostas esperadas, paciência.
Olhem-me de lado, falem nas minhas costas, cobicem o alheio.
Mas a mim, deixem-me ser feliz!
Hoje não acordei cedo. Hoje a insônia não quis nada comigo. Hoje dormi a sono solto. Hoje acordei com remelas e marcas no rosto. Babada até. Dormi o sono dos justos. Acordei com a preguiça de quem dorme demais e não se farta de estar deitado. Ando tão cansada dos desdobramentos semanais entre ser a mãe, a mulher, a empresária, a amiga, a blogger, a sonhadora, a contabilista, a dona de casa, a negociadora, a escrevinhadora, enfim, em ser eu. De escolha que assim seja.
Durmo cinco horas por noite (já não consigo mais) e driblo o cansaço com cafeína e chocolate. Origami humano que se faz e desfaz em múltiplas formas, mas sempre eu.
Lembrei-me do dia em que decidi realizar a empreitada de realizar um sonho, e de pronto comprei uma viagem de ida (sem volta) num navio que me levaria ao Brasil, fi-lo sem hesitações. Enchi o peito de ar, digitei códigos de números infinitos, preenchi formulários, aprovei bagagem, escolhi camarote e hora de jantar.
Fiz uma escolha.
Não sabia bem no que me estava a meter mas sabia que o primeiro passo estava dado! Guardei para mim esta decisão e segui caminhando de sorriso rasgado no rosto!
No dia seguinte, quando parei para pensar no restante (que era quase tudo!) dei-me conta da minha escolha e que, embora o pudesse fazer, não havia volta atrás e agora é que tudo ia acontecer!
Fazer acontecer por nossa conta envolve vários riscos mas dá um gozo supremo. O estado de graça caiu em mim e sinto-me apaixonada porque paixão é viver intensamente e a minha vida está uma roda viva!
mh
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