Percorrendo o Bairro Gótico vamos percebendo a irreverência de Barcelona, a união perfeita entre o passado e o futuro que se vive no presente.
Da imaginação, tudo se transforma, tudo se reutiliza. O velho ganha novo sentido nesta terra de gente atrevida que se lança à vida e que se reinventa a toda a hora. Nunca baixando os braços.
E o céu que nos cobre mostra-nos a certeza das coisas … a clareza dos dias … as estrelas cintilantes à noite … e é, e será sempre assim, aconteça o que acontecer.
E das sombras das ruas estreitas, surge-nos a luz do futuro. Surge-nos o MACBA.
Todos pagaram entrada, embora os estudantes tivessem preço reduzido.
Numa equação sobre o desejo, a utilidade, o interesse e a arte … concluí que as coisas são importantes na medida que lhe damos valor. Apenas.
Das outras vezes que estive em Barcelona não tinha visitado os grandes museus à excepção da Fundação Miró que adorei, principalmente porque tinha a meu lado o meu ainda pequenino menino Francisco.
Desta vez era ponto assente percorrer algumas capelas da arte. Chegava ao Museu de Arte Contemporânea de Barcelona com grande expectativa na reação dos miúdos.
A instalações propostas eram de grande dinamismo permitindo a nossa interação com a obra exposta.
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A estranheza também foi uma constante perante o evidente desconstruído mundo de quem vê para além do óbvio.
Senti o interesse do António despontar para o inquieto tentando encontrar justificações onde não as há, algum senso na loucura.
E percebi-o sereno no meio da estranheza. Também ele via para do que ali estava.
Mirava-me em espelhos difusos que contrariavam a clareza que pretendia transmitir de mim mesma. A arte tem este poder. De me transformar. Não sei bem em quê. Será sempre numa versão melhor da que eu sou.
Cá fora, ao sol, desfilavam em skate rolantes, em piruetas improvisadas, todos os que não se encaixam. Todos os que escolhem, como encosto e repouso, as paredes transparentes do edifício inconformado e exibido do MACBA e ainda assim tão bem aceite por Barcelona, que se quer toda ela contemporânea!
mh