Agora? O que é que eu faço?

A última vez que escrevi no blog eu já não achava que era um blog de viagens. Na verdade, nunca foi. Não desses que são de viagens de ir aqui, ali e acolá. Confesso que tinha dúvidas havia muitos, muitos meses. Sentia um desconforto incomodo. Mas não sabia como descalçar este sapato apertado. Eu tinha feito tudo. Mas não era suficiente. Sentia-me muito cansada. Não sabia mais para onde ir. Apenas perguntava: e agora? O que é que eu faço?

Decidi então parar. Ficar quieta.

E AGORA? O QUE É QUE EU FAÇO?

E, de repente, parada, comecei a pensar como tinha sido a minha alucinante vida nos últimos três anos. Eu sei como. Eu vivi ao limite. Eu morri com a realidade. Eu renasci desfeita. Eu, de novo, desfaleci de dor. E, na mais profunda escuridão, me reergui, dia após dia, sabendo que o caminho era meu. Solitário. Num mar de dúvidas, de decepções, de confirmações. Uma montanha russa onde tudo e todos me eram estranhos. Eu mesma tornava-me observadora de mim. Eu que não sabia mais quem era. Mas que cada vez mais me reconhecia.

Comecei por rever tudo o que se tinha passado na minha vida desde o verão passado. Como tinha sobrevivido e chegado até aqui. Um ano depois. Mais mês menos mês.

Tudo se tornava inacreditavelmente absurdo. Ou não.

Agora, avaliando, eu tenho certeza absoluta. A certeza do imaginável e do impensável. Do fantástico e do ridículo. E eu tenho a certeza que a minha verdadeira viagem não foi a viagem que fiz ao Brasil. Essa foi o gatilho de tudo o que veio a seguir! Foi a tomada de decisão e, na verdade, começou antes de partir. Muito antes.

A minha verdadeira viagem foi e continua a ser interior. Trata-se de um mergulho profundo e imerso no meu interior que, particularmente, neste período de um ano me tem virado do avesso e, de novo, me faz descobrir quem sou e me achar. Só ainda não sei o que faço com este eu.

Agora? O que é que eu faço?

Abraços de Luz,

Helena

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