Há precisamente dois meses embarcava na aventura da minha vida. Atravessar o Atlântico de navio para chegar ao Brasil. Pensava que me ia encontrar. Redescobri-me. Fui com medo, mas fui.
E percebi que o medo não existe, o medo é a vida a ser vivida. O medo é o desconhecido que evitamos saber. E há um mês chegava. Para nunca mais ser a mesma que era.
Feitos e Acontecimentos vividos intensamente com amor, alegria, serenidade, tristeza, mágoa, dor, já tivera vários ao longo de todo o meu percurso, mas não foram meus, foram teus, nossos, deles.
Agora, que me descobria, queria ser eu. E é aí chega a sensação. O medo.
O medo, que não existe, mas que senti, que sinto, é real e consome-nos a barriga, eriça-nos o pele e levanta-nos todas dúvidas e questões, que numa avalanche, metralham as nossas ideias, porque no fundo, conscientemente, sabemos todas as respostas, apenas precisamos de as confirmar, confirmar mais uma vez.
Parti com medo … a vida que se me apresentava atrevida disposta a encontrar-me …
Eu tenho medo. Claro. Tenho tanto medo de gostar, de gostar muito, de me seduzir, de me viciar, de morrer de amor por esta partida que não tem volta marcada. Porque, depois, mesmo quando chegar, tenho de chegar, outra vez, tudo o que conseguirei pensar será em partir, tenho de partir, de novo.
16 de setembro de 2015*
E cheguei e os pensamentos que me acompanhavam são agora a minha realidade … a liberdade tornou-se um vício e tudo o que quero é partir para me reinventar, me reescrever, para ser eu mesma.
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