A viagem a Barcelona foi curta mas, tanto houve para ver, aprender e viver, que assim de repente, parece-me que durou uma eternidade! Antes de mais nada, hoje iria visitar a Casa Milá ou como é conhecida La Pedrera!
No Passeig de Grácia está situada, no número 92, no bairro Eixample, a famosa Casa Milá, também construção de Gaudi como a Casa Battló, conhecida por La Pedrera. Inúmeras vezes havia passado por ela sem entrar e imaginava o mundo mágico que lá se esconderia.
O acesso à Casa paga-se e não é barato, mas vale bem o gasto! E serve também para manter o elevado custo de manutenção da obra. A obra que nos dias de hoje pertence à Fundacio Catalunya, de carácter social com objectivos de despertar novas consciências.
Na verdade, mágico não foi, depois de entrar, o adjectivo mais adequado … perfeição, detalhe, minúcia e genialidade seriam as mais justas qualidades que se poderão atribuir a este edifício, A CASA MILÀ.
É ainda hoje um prédio residencial (imaginem o privilégio!). E defende tudo o que uma casa deve ser: arejada, iluminada, espaçosa e habitada por gente de bem! No caso, há que ter sorte! Viver na Casa Milá é surreal!
O edifício não possui quaisquer linhas rectas. A maioria das pessoas considera-o magnífico e arrebatador; alguns dizem que se parece com ondas de lava ou com uma duna de areia. O edifício parece desafiar o nosso conceito de arquitectura convencional.
O edifício pode ser considerado mais uma escultura do que um edifício convencional. Os críticos salientam a ausência de preocupação com a utilidade, mas outros consideram-no como arte. Os habitantes da cidade da altura consideravam-no feio, daí a alcunha de “pedreira”, mas hoje em dia é um dos marcos da cidade.
Pode ser comparado com as paredes íngremes com que as tribos africanas constroem as suas habitações, semelhantes a cavernas. A fachada ondulada, com largos poros, lembra um praia ondulante de areia fina, formada, por exemplo, por uma duna. Os favos feitos por abelhas atarefadas também salta à ideia do observador que olha para os altos e baixos, semelhantes a cobras, que percorrem o edifício inteiro.
Claro que poderia ser eu a descrever os pormenores inspiradores desta obra de arte. Mas, de certo, eu não conseguiria acrescentar mais pois o meu espanto perante tal beleza não mo permitiu. Queria que os meus olhos gravassem o que eu já sabia as fotografias não irem captar.
O maior prazer de quem viaja é olhar e ver um mundo para além do seu. Os sentidos estão apurados e a sensibilidade desperta para o que há de mais belo. Assim foi em La Pedrera!
À semelhança da Casa Battló, esta foi também uma encomenda de um burguês abastado, a família Milá. Esta família viveu no edifício arrendando os restantes apartamentos. Apesar de ser habitado, tem reservado no primeiro andar, o apartamento visita. Este apartamento encontra-se mobilado à época de inicio de século XX e faz-nos viajar por outras realidades.
Em 1984, a Casa Milá, foi declarada Património Mundial da Unesco e mais um ícone da cidade catalã.
O aspecto mais impressionante é a cobertura, com uma aparência quase lunar ou de sonho.
Daí avistamos toda a Barcelona e percebemos porque nos chama sempre.
Esta cidade … a mar, o céu e as gentes resultam numa mistura perfeita de uma qualidade de vida nas suas mais variadas vertentes: arte, cultura, gastronomia e natureza.
Helena